Tecnologia e inclusão na educação: o modelo que levou Eduardo Pérez a ser reconhecido entre os melhores professores do mundo

23 de junho de 2022

Postado por Vineet Sharan em Tecnologia da Educação

Eduardo Esteban Pérez León, professor colombiano indicado ao Prêmio Global de Professores 2021, usa a tecnologia para promover um modelo educacional que não deixa ninguém para trás. 

O professor Pérez possui 59 reconhecimentos nacionais e internacionais, incluindo o Microsoft’s Education Exchange 2019, por seu método de ensino que inclui ferramentas tecnológicas e aplicativos para alunos com deficiência. 

Colômbia – “O fundamental para um professor é a formação”, diz Eduardo Esteban Pérez León, professor colombiano indicado em 2021 para o Global Teacher Prize, considerado o ‘Prêmio Nobel de Educação’. Graças à sua sede de aprender e inovar, o professor tem recebido, ano após ano, o louvor dos pais que veem como seus filhos encontram o amor pela matemática e pela tecnologia por meio de suas aulas divertidas, além de 59 reconhecimentos locais e internacionais por sua metodologia de ensino baseada em tecnologia e inclusão. 

O professor Eduardo dedicou sua vida a aprender a ensinar: primeiro, estudou Engenharia Mecânica. Em seguida, Informática Educacional; posteriormente, Gestão de Tecnologia Educacional, e agora está cursando doutorado em Ciências da Educação. 

Uma calculadora programável despertou sua curiosidade sobre a tecnologia. A partir daí ele começou a programar e, em seguida, criar software para integrá-lo à educação. “Quando iniciei meu processo de treinamento, o apoio da Microsoft Educação foi fundamental, pois os cursos que fiz expandiram minha mente, me ajudaram a melhorar experiências significativas e, em última análise, um professor treinado entregará muito mais”, complementa. 

Seu trabalho pedagógico, focado em tecnologia para melhorar as condições de aprendizagem das pessoas com deficiência, o levou a ser o único colombiano entre os 50 finalistas do Global Teacher Prize deste ano. “Como professor, pude desenvolver mais de 10 experiências significativas focadas em questões de convivência escolar e, há alguns anos, em questões de inclusão. Muitos deles foram reconhecidos em competições e fóruns nacionais e internacionais; lembro com carinho especial o Education Exchange 2019, em Paris, com a Microsoft”, diz. 

Tecnologia com propósito 

Em sua experiência de ensino, o professor Eduardo encontrou a maneira certa de aproveitar a tecnologia para se transformar. Precisamente um de seus projetos de destaque (Education Exchange 2019) começou a promover as histórias em quadrinhos para transformá-las numa ferramenta poderosa contra o bullying e o cyberbullying, o aliciamento e o sexting. “Com os alunos, fizemos desenhos 2D, eles criaram as próprias histórias para combater esses crimes, e então aproveitamos ferramentas universalmente usadas como o Power Point para fazer quadrinhos ao vivo. Tiramos fotos na sala de aula e fizemos lanches para incluir textos. Usamos fotos de professores, de alunos e as transformamos em vídeo”, explica. 

Seu trabalho social tem promovido iniciativas regionais contra o bullying e o vício em drogas. Lá, ele reafirmou seu interesse em trabalhar com pessoas com deficiência. Hoje é professor do Instituto Técnico Guaimaral, em Cúcuta, instituição com cerca de 2 mil alunos, 300 deles com algum tipo de deficiência. O professor prevê que em 2022 será professor titular de 11 alunos surdos. “A Unesco disse: há cerca de 1 bilhão de pessoas com deficiência no mundo; na Colômbia, o último censo mostrou que há cerca de 500 mil pessoas com problemas auditivos. Um em cada 800 bebês na Colômbia nasce com síndrome de Down, o que requer inovação para trabalhar o dobro ou o triplo por eles. A inclusão não é abrir a porta para a criança ouvir ou ver a classe passivamente. O sucesso do nosso modelo é que a criança se sente importante, valorizada e protagonista da educação”, reafirma. 

O ‘boom’ da tecnologia na sala de aula 

Embora seu modelo de ensino tenha a tecnologia como eixo fundamental, o professor Eduardo destaca a aceleração digital causada pela pandemia. Ele reconhece que alguns de seus colegas nem sequer usaram e-mail, porém a virtualização recente os forçou a adquirir novos conhecimentos e habilidades, apoiados por diferentes ferramentas que permitiram que eles e seus alunos mantivessem o ciclo de treinamento.

“Em uma pandemia, não há dúvida sobre o papel do Microsoft Teams, que tem sido fundamental para não desconectar as crianças. Meus filhos praticamente nos últimos dois anos trabalharam com o Teams e isso permitiu que eles continuassem com seu processo educacional. O que aconteceu evidecou ainda mais a necessidade de todos os professores integrarem a tecnologia como um farol de seus processos educacionais”, diz. 

A conectividade com a internet tornou-se, mais do que nunca, um serviço público essencial e a necessidade de levar dispositivos para crianças e jovens nos rincões do país torna-se ainda mais urgente. Enquanto isso, o professor Eduardo apela à criatividade e engenhosidade dos professores para encontrar alternativas. “Fizemos um aplicativo para ensinar geometria para alunos cegos, que só tiveram que baixar uma vez para usá-lo sem conectividade. Ferramentas offline têm sido fundamentais, os professores recorrem à inovação para que a educação não perca qualidade”, diz. 

Mas, juntamente com a apropriação tecnológica dos professores, o professor Eduardo insiste na necessidade de ampliar o conhecimento tecnológico nos alunos. “É fundamental porque, a partir disso, teremos mais empreendedores, os próximos criadores de Startups. Devemos almejar crianças e jovens não apenas para serem consumidores de tecnologia, mas para realmente saber como tirar proveito dela; nós professores devemos orientar corretamente o processo tecnológico”, acrescenta. 

Esse “boom” tecnológico dentro e fora das salas de aula, sem dúvida, despertou uma análise mais profunda do sistema educacional do país. “Por um lado, temos sistemas de educação estruturados, mas muito rígidos, e por outro há as soft skills que a indústria exige. Na Colômbia, a Lei 115 – a lei da educação geral – já está em andamento há 30 anos, não foi transformada. Há necessidade de mudanças de forma e substância porque não queremos continuar transmitindo conhecimento de 30 anos atrás para estudantes que vão viver o mundo de hoje. Estamos vendo uma educação tecnológica, STEM, com interculturalidade, com virtualidade e por isso é preciso repensar e construir para o que está por vir”, enfatiza o professor Eduardo. 

E diante desse panorama, o professor reafirma a importância de consolidar alianças com referências globais como a Microsoft para promover verdadeiras transformações. “Precisamos de mais empresas com compromisso social, pois isso abrirá portas para nós e nos ajudará a elevar a qualidade de vida do nosso povo; empresas como a Microsoft, referência em tecnologia e educação, abrem caminho para um futuro melhor”, insiste. 

Os desafios para o professor Eduardo em 2022 são claros: continuar fortalecendo seu projeto Gol STEM, um estádio de futebol para aprender pensamento computacional para alunos surdos, e consolidar um projeto com o apoio de professores dos Estados Unidos para alunos com síndrome de Down. Há também desafios na educação esportiva e um livro sobre experiências significativas, histórias de grandes professores nos últimos 20 anos que ensinam como montar um projeto educacional e como avançar. “Será digital e gratuito como todos os recursos que desenvolvemos. E vamos continuar trabalhando porque a educação é uma roda que avança e não para”, conclui. 

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