As mudanças tecnológicas no ambiente escolar e suas implicações no papel do professor

20 de abril de 2017

Postado por Vineet Sharan em Conteúdos Educacionais, Tecnologia da Educação

uma pessoa na frente de um computador portátil

Por Renato Zandrini, MIE Expert e educador do SESI Internacional de Londrina

Seja por meio da instalação de autofalantes em salas de aula para a reprodução em áudio, apresentação de programas televisivos como Telecurso2000 ou, recentemente, com o advento do computador e da internet, a tecnologia por vezes é utilizada em contextos educativos para fins de “educação de massa”, de modo tornar desnecessário a interação direta entre professores e aprendizes. Estas utilizações fazem com que muitos educadores tenham uma visão contrária à utilização da tecnologia, como se sua implementação necessariamente tivesse por objetivo distanciar o estudante da escola, tirando o caráter de espaço próprio do processo de ensino e aprendizagem. Mas será esta a verdadeira essência, a única maneira de utilizar tecnologia computacional em sala de aula?

A essência de toda tecnologia, e em especial as tecnologias computacionais, consistem no ato de facilitar atividades habituais do ser humano. Tomando neste contexto, as tecnologias computacionais podem auxiliar, e não substituir o professor na medida em que a utilizamos para: aplicar testes avaliativos cuja correção seja automatizada; obter acesso ao tempo que cada estudante levou para realizar cada questão, dado que estará relacionado diretamente à dificuldade que sentiu para realiza-la; distribuir material mais rápida e individualmente de acordo com o progresso de cada aluno; permitir que o estudante que tenha maior dificuldade possa repetir processos, utilizando uma linguagem multimodal, sem interromper o prosseguimento das atividades daqueles que já compreenderam o conteúdo; entre outros. Isto permite que o professor volte a se concentrar naquilo que é próprio de sua função, ensinar, enquanto a parte de análise, gerenciamento e manejo de estatísticas é mostrada ao docente para poder ensinar em maior sintonia com as necessidades e dificuldades dos estudantes.

Contudo a tecnologia computacional aplicada à educação não precisa se limitar à uma nova maneira de gerenciar a sala de aula, facilitando o papel do professor. Se em uma das pontas do processo de ensino e aprendizagem encontra-se o professor, na outra encontram-se os alunos, que para que verdadeiramente evoluam, precisam se posicionar de maneira atuante e reflexiva frente aos conteúdos e atividades propostas. Assim sendo, a tecnologia computacional, assim como as tecnologias de informação e comunicação (TICs) permite que os estudantes ampliem suas atividades para muito além dos muros da escola. A possibilidade de manterem um diálogo ao vivo com alunos de outras nações por meio de videoconferências; exporem textos, trabalhos artísticos ou experiências realizadas por eles pela internet recebendo críticas de especialistas de todo o mundo; utilizar aplicativos de realidade virtual ou aumentada para visualizar e manipular experimentos que seriam inacessíveis de outra maneira; simular situações reais por meio de plataformas de jogos digitais que os possibilite errar em um ambiente seguro.

Estas ações, além de fomentar um maior engajamento dos estudantes, reforçam a centralidade do aluno, além de oferecer a ele um ensino apropriado de como utilizar adequadamente todos os recursos tecnológicos já à sua disposição fora do ambiente escolar.

Ao pensarmos na tecnologia de maneira ampla, veremos que sua implementação consiste em um meio pelo qual informações e ideias são comunicadas e não em um fim em si mesmo, sendo que continua a ser responsabilidade das comunidades de educadores, a pensar em maneiras de utilizar estas ferramentas de modo a potencializar o papel transformador do processo de ensino e aprendizagem.

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